Bom, inicialmente
gostaria de dizer que me senti honrada pelo convite feito e agradecer à Anna
Carolina e Dacles e espero ter alcançado as expectativas. Após feito o convite,
e aceito, comecei a indagar sobre qual tema gostaria de tratar. Confesso que
não foi uma tarefa fácil tendo em vista que na Arquivologia há uma grande
diferença entre teoria abordada em sala de aula e a prática rotineira nos
arquivos.
Contudo, percebi que
muitos destes assuntos pretendidos já foram tratados e muito bem tratados,
diga-se de passagem, no próprio blog. Então parti de uma recente inquietação que
hoje percebo o quão importante foi para minha vida profissional e acadêmica.
Tal inquietação no qual
me referi anteriormente trata sobre qual rumo tomar na minha vida após a graduação
tendo em vista que pretendia alcançar três sonhos: iniciar um mestrado, passar
em um concurso público, abrir uma consultoria.
Não é uma tarefa fácil
escolher qual deve ser o plano inicial e qual deve, caso seja impossível
alcançar, ser esquecido ao longo do tempo. O fato é que estamos sempre criando
uma espécie de etapas, ou melhor, degraus no tempo. Não há como se desprender
disto. Fomos criados assim. Portanto, para tudo se tem um início, um meio e um
fim. Nós nascemos, crescemos e morremos. Claro que existem os “Sub-degraus”
(nos casamos, temos filhos e etc., etc., etc.).
No campo acadêmico,
somos instruídos para estudar e quando se chega à fase do ensino médio,
intensificamos os estudos para alcançar a pontuação para passar em um curso, de
preferência, disponibilizadas pelas universidades públicas. Após o ingresso em
um curso, o aluno terá então tempo suficiente para decidir o quem vem depois.
Tempo suficiente? Que nada.
E após estes quatro
anos, o que fazer? “E agora, José?”“José, para
onde?” A qual dar prioridade?
Muitos podem pensar “No
concurso, é claro”. Porém deve-se avaliar que para aqueles que almejam passar
em um concurso público devem ter, obviamente, tempo disponível para estudar.
Tempo este que não possuía e quando possuía estava reservado ao meu descanso e
ao lazer já que, na época, trabalhava oito horas diárias.
Então, parti para o
plano “imediatista”: A Consultoria. Porém, para de fato abrir uma consultoria é
preciso ter capital(o que não tínhamos na época), planejamento, cuidar da parte
burocrática da consultoria e, mais uma vez, ter tempo. Na verdade a ideia era
que inicialmente a consultoria deveria ter o papel de segundo emprego no qual
com a consolidação da mesma poderíamos, então, sair dos respectivos empregos e
sermos nossos “próprios patrões”. Porém, as metas mudaram e então decidimos
deixar mais um tempo este projeto na “gaveta” para amadurecimento.
Foi então que decidi me
dedicar aos estudos para o processo de seleção para o mestrado. Claro que não
tentava criar expectativas, tendo em vista que já se fazia um ano após a minha
defesa da monografia e estava um pouco “enferrujada”. Iniciei as leituras aos
poucos e, gradativamente, intensifiquei os estudos. Percebi que era isto que me
faltava, era o retorno à universidade, os questionamentos em sala de aula, as
provocações dos professores fazendo os alunos pensarem e inovar sobre o fato
abordado, dentre outros aspectos.
Na verdade, de certo
modo, tive “sorte” porque o tempo foi ponto chave para me libertar destas
ânsias juvenis – de querer tudo ao mesmo tempo e o mais rápido possível. Mas,
obviamente, nem sempre é assim. Pois, a cada dia, novos
conflitos são gerados seja no âmbito pessoal, profissional ou acadêmico. Muitos
destes novos arquivistas podem decidir fazer outros cursos que, muitas vezes
não estão diretamente ligados a área arquivística.

Então, boa sorte à
todos em suas escolhes e até breve.
Muito bom Célia. Realmente me senti um pouco assim... para onde ir, o que seguir?
ResponderExcluirEnfim, hoje eu sei o que desejo, e o tempo me tornou madura suficiente para decidir isso. Talvez não agimos mais com aquele impulso dos tempos de graduação, ou ainda do ensino médio. Pensamos mais nas consequências de nossas atitudes, já que sabemos que elas refletem diretamente na nossa vida pessoal e profissional.
Foi belo também ver seu encantamento no mestrado, esse será meu caminho, acho questionar, indagar, buscar novos conhecimentos, me traz uma felicidade inexplicável.
Enfim, um excelente texto de reflexão para a galera que está no começo, no meio, ou no fim do caminho.
Parabéns Célia