O ARQUIVISTA SOB O OLHAR EMPREENDEDOR
Inicialmente,
quero de pronto agradecer aos amigos Anna Carollyna e Dacles Silva pelo nobre e honroso convite feito para poder contribuir de maneira
propositiva com as inquietações da ciência arquivística no respectivo blog. Admito que fiquei admirado (surpreso) e ao
mesmo tempo, envaidecido com o referido convite. Ademais, com a
responsabilidade em ser o primeiro graduando do Curso Bacharelado em
Arquivologia a construir/desenvolver um texto na condição de convidado acerca
da área da arquivologia.
A
priori, decidi relatar uma área não muito atuada pelos os profissionais
arquivistas que é o Empreendedorismo nos ambientes corporativos e empresariais
(Arquivista-Empreendedor).
Na
atualidade, os arquivistas precisam explorar as múltiplas oportunidades que o
mercado de trabalho oferece. Para tanto é necessário que fiquemos atentos às
exigências impostas pelo o mundo competidor. Dessa forma, terão que empreender
de forma que agregue valores em seus ambientes corporativos de trabalho,
otimizando e (re) inventando. Entretanto, há poucos arquivistas enveredando na
perspectiva de empreendedor.
Na
visão das autoras (CASTRO; CASTRO; GASPARIAN, 2007), são pontos críticos nas
administrações, Arquivistas que tenham:
·
Visão de conjunto
de percepção da orientação estratégica da administração para esclarecerem como
a gestão de documentos de arquivo pode apoiar suas ações;
·
Capacidade de
comunicação – apresentação e perspectiva arquivista em reuniões e treinamentos
ou através da produção de documentos técnicos como planos, especificações ou
recomendações;
·
Capacidade de
negociação – capacidade de negociar com parceiros, para chegar a soluções
equilibradas que permitam alcançar os objetivos Arquivísticos e
organizacionais;
·
Capacidade para
consultoria – capacidade para assessorar organizações – clientes nas resoluções
dos seus problemas e no alcance dos objetivos Arquivísticos;
·
Capacidade
política e tática – a capacidade de avaliar a melhor maneira de influenciar a
administração e com quem trabalhar para assegurar os objetivos Arquivísticos.
Desse
modo, o empreendedor (Arquivista) deverá ser inovador, estrategista, criativo e
pensar grande encarando novos desafios.
Para Brandão (2003, p.2) “Empreendedor é quem
utiliza sua criatividade para gerar inovação e provocar mudanças no ambiente em
que está inserido”.
Além
disso, é essencial que o profissional arquivista tenha visão das áreas afins
tais como: Administração, Direito, Informática, Marketing, Comunicação e
outras.
Destarte,
entende-se que o arquivista que tiver o espírito empreendedor fará a diferença
frente ao mercado de trabalho, contribuindo e dando uma visão organizacional
para a sociedade que muitas vezes desconhece a importância de seu papel
profissional para a sociedade.
Nesse sentido, se faz necessário que os profissionais arquivistas
atentem capacitados/habilitados, a fim de poder
empreender como autônomos e atuar nas organizações, sendo criativos e
implementando suas ideias de maneira proativa e em projetos inovadores para as
atividades laborais.
É nessa
perspectiva que o arquivista deverá estar atento as rápidas transformações que
a sociedade e as corporações perpassam, estando sempre em busca da excelência
na qualidade para os usuários da informação arquivística. Tais resultados
implicarão uma fidedigna situação que irá possibilitar um pensamento acerca do
empreendedorismo na ciência arquivística nos dias atuais.
Bom pessoal é isso, espero ter colaborado de maneira proativa para as
discussões e/ou inquietações que essa temática inovadora na Arquivologia nos
apresenta.
Muito obrigado mais uma
vez aos amigos Anna Carollyna e a Dacles pelo altivo convite, o blog de vocês
estão de parabéns pela interação, democratização e disseminação do conhecimento
arquivístico.
João Paulo do Nascimento Soares, 05/04/2013.
Excelente publicação, muito norteadora, tanto para os estudantes de arquivologia, como para nós arquivista, que estamos diante de um mercado tão complexo. Ser empreendedor hoje na nossa profissão é mais que necessário, é praticamente obrigatório, para quem deseja alçar grandes voos.
ResponderExcluirNós do blog Arquinóia é que agradecemos sua publicação. Não tenha dúvida que você sempre terá espaço aberto por aqui, se assim desejar.
Claro que o profissional Arquivista deve estar antenado com as perspectivas de enquadramento neo-liberal do mercado de trabalho onde atuará, porém, não deve esquecer que, inserido no campo de trabalho como um profissional da informação, não pode prescindir de considerar o novo paradigma que surge nesse novo século onde desponta um novo modo de ver e de pensar a Ciência da Informação onde, fatalmente, engloba-se a arquivologia e outras disciplinas.
ResponderExcluirPara não cair na mesmice de tecnicismos e custodialismos há muito superados pelo paradigma pós-custodial, que começa a se formatar a partir do conceito de Manuel Castells de "era da informação", que deverá perdurá por pelo menos o decorrer do século atual.
Assim, o profissional Arquivista deve, antes de tudo, refletir, questionar e buscar entender o seu 'porquê fazer' antes de aplicar o seu "que fazer' para não apenas conseguir implementar um mero projeto de gestão documental (ferramental técnico ainda sem embasamento científico estabelecido), mas manter-se no mercado de trabalho como um profissional que compreende e atua atendendo aos anseios da organização a que serve sem, no entanto, deixar de prestar o seu serviço à sociedade no que tange ao atendimento dos requisitos de memória e responsabilidade social.
Desapeguemo-nos, pois, do paradigma custodial, tecnicista e empírico e passemos a pensar cientificamente para poder produzir mais e melhores conhecimentos, favorecendo assim, não só as instituição que se servem dos nossos conhecimentos, mas também, e principalmente, a Arquivologia, que ainda carece de um olhar mais reflexivo e centrado na cientificidade que ela merece.