quarta-feira, 22 de maio de 2013

Convidada: Celia Medeiros Dantas

Bom, inicialmente gostaria de dizer que me senti honrada pelo convite feito e agradecer à Anna Carolina e Dacles e espero ter alcançado as expectativas. Após feito o convite, e aceito, comecei a indagar sobre qual tema gostaria de tratar. Confesso que não foi uma tarefa fácil tendo em vista que na Arquivologia há uma grande diferença entre teoria abordada em sala de aula e a prática rotineira nos arquivos.
Contudo, percebi que muitos destes assuntos pretendidos já foram tratados e muito bem tratados, diga-se de passagem, no próprio blog. Então parti de uma recente inquietação que hoje percebo o quão importante foi para minha vida profissional e acadêmica.
Tal inquietação no qual me referi anteriormente trata sobre qual rumo tomar na minha vida após a graduação tendo em vista que pretendia alcançar três sonhos: iniciar um mestrado, passar em um concurso público, abrir uma consultoria.
Não é uma tarefa fácil escolher qual deve ser o plano inicial e qual deve, caso seja impossível alcançar, ser esquecido ao longo do tempo. O fato é que estamos sempre criando uma espécie de etapas, ou melhor, degraus no tempo. Não há como se desprender disto. Fomos criados assim. Portanto, para tudo se tem um início, um meio e um fim. Nós nascemos, crescemos e morremos. Claro que existem os “Sub-degraus” (nos casamos, temos filhos e etc., etc., etc.).
No campo acadêmico, somos instruídos para estudar e quando se chega à fase do ensino médio, intensificamos os estudos para alcançar a pontuação para passar em um curso, de preferência, disponibilizadas pelas universidades públicas. Após o ingresso em um curso, o aluno terá então tempo suficiente para decidir o quem vem depois. Tempo suficiente? Que nada.
E após estes quatro anos, o que fazer? “E agora, José?”“José, para onde?” A qual dar prioridade?
Muitos podem pensar “No concurso, é claro”. Porém deve-se avaliar que para aqueles que almejam passar em um concurso público devem ter, obviamente, tempo disponível para estudar. Tempo este que não possuía e quando possuía estava reservado ao meu descanso e ao lazer já que, na época, trabalhava oito horas diárias.
Então, parti para o plano “imediatista”: A Consultoria. Porém, para de fato abrir uma consultoria é preciso ter capital(o que não tínhamos na época), planejamento, cuidar da parte burocrática da consultoria e, mais uma vez, ter tempo. Na verdade a ideia era que inicialmente a consultoria deveria ter o papel de segundo emprego no qual com a consolidação da mesma poderíamos, então, sair dos respectivos empregos e sermos nossos “próprios patrões”. Porém, as metas mudaram e então decidimos deixar mais um tempo este projeto na “gaveta” para amadurecimento.
Foi então que decidi me dedicar aos estudos para o processo de seleção para o mestrado. Claro que não tentava criar expectativas, tendo em vista que já se fazia um ano após a minha defesa da monografia e estava um pouco “enferrujada”. Iniciei as leituras aos poucos e, gradativamente, intensifiquei os estudos. Percebi que era isto que me faltava, era o retorno à universidade, os questionamentos em sala de aula, as provocações dos professores fazendo os alunos pensarem e inovar sobre o fato abordado, dentre outros aspectos.
Na verdade, de certo modo, tive “sorte” porque o tempo foi ponto chave para me libertar destas ânsias juvenis – de querer tudo ao mesmo tempo e o mais rápido possível. Mas, obviamente, nem sempre é assim. Pois, a cada dia, novos conflitos são gerados seja no âmbito pessoal, profissional ou acadêmico. Muitos destes novos arquivistas podem decidir fazer outros cursos que, muitas vezes não estão diretamente ligados a área arquivística.
Eu sei que parece um pouco clichê, mas as metas são distintas para cada sujeito independentemente do curso escolhido e cada um faz a decisão ao seu tempo. Na verdade, deve-se buscar aquilo que se gosta – deseja – não apenas por que precisa ou porque é o desejo da família. Mas isto não quer dizer que vale tudo, passar por cima de todos, e etc. A realidade é que vencer junto é melhor e vale mais a pena. Portanto, as escolhas não são tarefas fáceis. Muitas vezes elas precisam de um tempo e de amadurecimento.

Então, boa sorte à todos em suas escolhes e até breve.







Um comentário:

  1. Muito bom Célia. Realmente me senti um pouco assim... para onde ir, o que seguir?
    Enfim, hoje eu sei o que desejo, e o tempo me tornou madura suficiente para decidir isso. Talvez não agimos mais com aquele impulso dos tempos de graduação, ou ainda do ensino médio. Pensamos mais nas consequências de nossas atitudes, já que sabemos que elas refletem diretamente na nossa vida pessoal e profissional.
    Foi belo também ver seu encantamento no mestrado, esse será meu caminho, acho questionar, indagar, buscar novos conhecimentos, me traz uma felicidade inexplicável.
    Enfim, um excelente texto de reflexão para a galera que está no começo, no meio, ou no fim do caminho.
    Parabéns Célia

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